Nova modalidade de cursinho surge com a adesão de universidades |
São Paulo/AE
Uma nova modalidade de cursinho preparatório para o vestibular começou a figurar no catálogo dos sistemas de ensino: o pré-Enem. A modalidade, presente no país todo, é resultado da crescente adesão das universidades federais ao Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) como forma única de seleção.
No ano passado, 59 universidades e institutos federais utilizaram a nota do Enem em seus processos seletivos, 20 deles como critério único para preenchimento das vagas. A adesão levou 4,6 milhões de candidatos a se inscreverem para a prova, um número 30 vezes maior do que os 157 mil estudantes que participaram da primeira edição, em 1998.
É de olho nesses vestibulandos que os cursinhos têm montado suas turmas de pré-Enem. De acordo com os coordenadores pedagógicos, as aulas sob medida dão menos ênfase a fórmulas e "decorebas" e apostam na contextualização dos assuntos e na interpretação e produção de textos.
Em Fortaleza, o curso X da Questão oferece aulas para quem busca uma vaga na Universidade Federal do Ceará (UFC), que usa o Enem como critério único de seleção desde 2010. Em Belém (PA), este é o segundo ano que o Equipe Vestibulares oferece a modalidade. Os inscritos pleiteiam uma vaga na Universidade Federal do Pará (UFPA), que substituiu a primeira fase do processo seletivo pelo Enem, ou na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), onde o ingresso se dá exclusivamente pela classificação no exame.
Para conseguir uma vaga no concorrido curso de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a estudante Luciana Rancanti, de 18 anos, matriculou-se em um pré-Enem de Belo Horizonte. "Ano passado, fiz um cursinho convencional. Daí, quando a UFMG aderiu ao Enem, não deu tempo de eu me preparar. Agora, estou focada, aprendendo a inter-relacionar matérias. No Enem, uma mesma questão pode cobrar conteúdos de física e química". Luciana é aluna da rede Interacursos, que tem 3 mil alunos de Enem espalhados por 140 cidades.
Confusão - Apesar da proliferação de cursos específicos, a preparação para o Enem não deve ser muito diferente da convencional, diz Paulo Roberto de Andrade, diretor do Colégio Master de Cuiabá. "Na essência, continua a ser um vestibularzão, com prova conteudista e longa."
O diretor aponta a dificuldade logística de trabalhar com modelos de processos seletivos distintos. Em Cuiabá a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) preencheu, em 2011, suas 5.168 vagas via Enem. Por outro lado, a Estadual do Estado de Mato Grosso (Unemat) não utilizou o exame. "Nossos alunos vão fazer as 2 provas e não têm como fazer 2 cursinhos. Por isso, montamos uma grade tradicional e oferecemos material paralelo no estilo Enem."
Em Porto Alegre, o curso Fênix se utiliza da mesma estratégia, já que na Universidade Federal do Rio Grande do Sul o Enem é utilizado apenas como complemento à nota final da primeira fase, enquanto outras federais já aderiram integralmente ao exame.
fonte: http://gazetadigital.com.br/
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